Olá gentchy! Quanto tempo, hein???
Bom, a pedidos, resolvi colocar aqui no blog uma das resenhas que o pessoal da escola fizeram, e achei que ficaram muuuuuito boas. Em breve, farei resenhas de minha autoria, a bonitona aqui só precisa arranjar umas 10 horas a mais no dia HAHAHA.
Bora lá?
PULLMAN, Philip. A
Bússola de Ouro - Fronteiras do Universo - Vol. 1. Rio de Janeiro : Objetiva,
2007.
Philip Pullman é um
escritor britânico renomado, autor de vários best sellers, incluindo a trilogia
Fronteiras do Universo, da qual A Bússola de Ouro é o primeiro volume. Ganhou
vários prêmios como: Carnegie Medal (1995), Guardian Prize (1996) e Astrid
Lindgren Award (2005). Pullman também é ateu e seus trabalhos não têm uma
repercursão positiva por grupos católicos pela forma como ele trata a Igreja na
trilogia Fronteiras do Universo.
Bússola de Ouro
conta a história de Lyra Balecqua, uma garota de 12 anos muito aventureira,
corajosa e, muitas vezes, petulante, que começa uma jornada na busca de seu
amigo Roger, quando este desaparece junto com outras crianças da cidade de
Oxford, por uma facção desconhecida.
Durante sua
jornada, Lyra conhece vários amigos e inimigos, que a ajudam ou atrapalham, e
quando se chega em um ponto no livro, ela também passa a procurar Lord Asriel,
o único parente que ela conhece desde que era criança. De pântanos até regiões
árticas, Lyra conhece ursos polares guerreiros (o primeiro deles sendo Iorek
Byrnison, que se torna um dos seus melhores amigos), feiticeiras, gípcios (estrangeiros mercadores que vivem fazendo
negócios em Oxford nos seus barcos), a Sra. Coulter (uma mulher muito
inteligente e bonita que fascina Lyra num primeiro momento, mas que esconde
segredos profundos sobre o passado da menina e as crianças desaparecidas),
entre outros.
O livro apresenta
23 capítulos e tem 365 páginas. Li esse livro em pouco tempo apesar do número
de páginas. A leitura não é nada difícil e o mundo que é criado ao longo dos
capítulos e as situações em que Lyra se encontra em grande parte deles, sempre
deixam um pouquinho de quero mais. Isso acontece até no derradeiro final, que
consegue ser surpreendente e fantástico, no "sentido literário" da
palavra!
Os cenários são
baseados no mundo real, mas sempre apresentam coisas diferentes, principalmente
culturais. Nesse mundo, a Igreja ainda é politicamente poderosa e isso é um
ponto chave no enredo do livro. Há também diversas raças diferentes humanóides
e animalescas. E por fim, mas muito importante, existem os dimons, parte da
alma que se materializa fora do corpo na forma de uma animal desde quando uma
pessoa nasce até sua morte. A conexão entre um humano e seu dimon é muito
forte, e ele pode se tranformar em qualquer animal até o fim da infância de uma
pessoa, depois disso assume uma forma definitiva, que representa a sua
característica interna. Apenas humanos podem ter essa representação da alma
fora do corpo, outras criaturas não, e se um dos dois morrer o outro também
morre.
Ao longo dessa
resenha tentei ao máximo não dar spoilers (informações sobre o desenvolvimento
do enredo) e vou fazer isso até o final. Mas preciso dar três informações sobre
esse livro. Primeira: ele vem sendo muito criticado pela forma como aborda a
Igreja, e devo dizer que acho isso uma bobagem, é uma história fantástica, de
fantasia, não entendo como pessoas adultas conseguem se deixar levar por isso.
A segunda: esse livro tem sido comparado com as Crônicas de Nárnia, a trilogia
num todo na verdade, mas isso não é o que realmente acontece na estrutura
literária dele, existem semelhanças, como: animais falantes, crianças heroínas
e mundos além do nosso próprio, mas isso é tudo, e é algo que pode ser
encontrado em qualquer conto de fadas e não só nas Crônicas de Nárnia. Alias, devo
dizer que Philip fez um trabalho muito melhor no que diz respeito às raças e
culturas do que Lewis.
Por fim, devo dizer
algo sobre esse livro e a literatura atual, e é sobre as mensagens. Acredito,
fielmente, que toda a história tem um intenção, no mínimo uma moral, e todo
capítulo num livro é a tentativa de se construir esse intenção ou ideia, que se
torna concreto no final do livro com a última frase ou os últimos
acontecimentos. E percebo que as pessoas, jovens e adultos, de hoje em dia não
dão valor a isso, elas apenas recebem, recebem e recebem as informações e
muitas vezes não pensam sobre o que aquilo fala, ou está tentando dizer num
contexto geral. A interpretação do texto é algo que parece faltar, porque a
compreensão é fácil de fazer, está tudo ali escrito preto no branco, mas a
ideia por detrás daquilo: a inspiração do autor, suas motivações, sua mensagem
(talvez muito importante pra ele), ideologia, não são captadas. E então um
livro é ruim ou é bom, apenas porque o final não agradou ou porque existem
alusões fortes demais ao que "não devia", como n'A Bússola de Ouro,
um ótimo livro, bem executado, mas odiado porque sua ideia central, não foi
percebida, apreciada, destacada do que o livro aparenta mostrar, e o fato de
aparentar mostrar coisas parecidas com a de outro autor. Quase perdi a
esperança quando comecei a ler este livro e me disseram: "Às vezes o autor
só quer contar uma história.", e não duvido disso, é um fato
inabálavel, livro é isto: uma história.
Mas se torna apenas uma casca sem conteúdo se não houver nada dentro, entre as
linhas. E nesse livro, A Bússola de Ouro, Philip apenas começa a nos contar a
jornada de Lyra para a sua maturidade, e para a nossa maturidade também! Fiquei
muito feliz quando percebi essa mensagem no último capítulo, já nas páginas
finais, após todo o clímax ter ocorrido e a decisão para salvar o mundo ser
tomada na frase mais inocente e pura que eu já li alguém dizer: "Porque se
eles (os adultos) acham que o Pó é ruim, ele deve ser bom."
Camael Gomes de Lima
São Vicente, 10/11/2013
Beijinhos da Giovennes :D
Até mais!
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